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Torturas Aplicadas na Ditadura

sábado, 25 de abril de 2015.



As práticas de torturas foram utilizadas em grande escala, principalmente nos dois maiores períodos ditatórias que o Brasil viveu, sendo eles o do Estado Novo (1934-1945) e do regime militar (1964-1985).





Durante esses períodos, com maior intensidade no regime militar, a população foi impedida de exercer seu direito de participação das decisões do governo. O funcionamento do Estado de terror separava a população brasileira em dos grupos: o grupo dos “verdadeiros cidadãos” (aqueles que na época aceitavam o regime) e o grupo dos “inimigos internos” (que no caso seriam os comunistas, opositores o regime e traidores dos princípios democráticos).

As formas de torturas variavam dependendo da região, por exemplo, em São Paulo e Rio de Janeiro preferiam usar “pau-de-arara”, em Minas Gerais davam preferências a outros métodos, isso não quer dizer que não recorriam a esse. O grau de sofrimento da tortura aumentava principalmente se o torturado fosse “queixo-duro”, isto é, aquele que não soltava informações facilmente, este sofria mais e mais até responder o que era pedido ou morrer.

Segue a baixo as formas mais conhecidas até hoje : 


PAU-DE-ARARA – O método mais conhecido, pelo menos, acho que todos já ouviram falar dessa tortura, onde o preso ficava semi nu, com pé e mãos amarrados e pendurados por uma barra de ferro que era fixada entre cavaletes, essa posição causa fortes dores e atrozes no corpo, o preso além de ficar suspenso aguentando o próprio peso do corpo, recebia choques, pancadas e
era queimado com cigarro.


CADEIRA DO DRAGÃO  – Nesse método o preso era obrigado a sentar-se na cadeira, totalmente nu, e recebia choques pelo corpo todo, para aumentar a intensidade dos choques, alguns torturadores colocavam também nos prisioneiros um balde de metal.

BALÉ NO PEDREGULHO – O preso “bailava” sobre pedregulhos com pontas agudas, como tentativa de amenizar a dor que sentia por ter os pés perfurados, além de agüentar isso o preso teria que suportar temperaturas abaixo de zero com água gelada e as palmatórias em lugares sensíveis.

TELEFONE – O “telefone” era uma das formas mais cruéis de tortura, no final o preso poderia ficar com os tímpanos rompidos e assim perder a audição, na entrevista que o ex-tentente Araújo deu a Veja ele descreve o método :

“Araújo - Tinha gente que dizia que no telefone vinha inscrito US Army (indicando que era produto das Forças Armadas americanas). Balela. Era 100% brasileiro. O método foi muito usado nos Estados Unidos e na Inglaterra, mas o nosso equipamento era brasileiro.

Veja — E o que é o telefone?

Araújo — É uma corrente de baixa amperagem e alta voltagem.

Veja — De quanto?

Araújo — Posso pegar o manual para informar com certeza. Mas não tem perigo de fazer mal. Eu gostava muito de ligar nas duas pontas dos dedos. Pode ligar numa mão e na orelha, mas sempre do mesmo lado do corpo. O sujeito fica arrasado. O que não se pode fazer é deixar a corrente passar pelo coração. Aí mata.”




AFOGAMENTO NA CALDA DA VERDADE – O torturado tinha a cabeça mergulhada em um balde ou tanque cheio de água com detritos (urina, fezes, vômitos). Depois disso, o preso ficava vários dias sem poder se banhar como complemento da tortura, que tinha como objetivo reduzir a auto-estima.

AFOGAMENTO COM CAPUZ – A cabeça do preso era encapuzada e submergida em córregos ou tanques com água turva. Quando o prisioneiro tentava respirar, o capuz molhado entrava nas suas narinas, deixando o sem fôlego resultando em um mal-estar horrível.

MAMADEIRA DE SUBVERSIVO – Esse método era utilizado quando o preso estava sofrendo outra tortura como o pau-de-arara. Os torturadores davam para o preso uma “mamadeira” com urina quente e forçado a boca da vítima que era forçada a engoli.


SORO DA VERDADE – Injetava-se no preso pentotal sódico, uma droga que produz sonolência e reduz as inibições. Sob os efeitos do “soro da verdade”, o preso contava coisas que sóbrio não falaria. Não era totalmente confiável as declarações do preso sob o efeito da droga, e ela poderia levar a morte.

MASSAGEM – Enquanto o preso estava encapuzado e algemado, o torturador massageava de forma violenta os nervos mais sensíveis do corpo do preso. Essa massagem além de trazer muita dor, causava paralisação no corpo da vítima.

GELADEIRA – Dentro de uma cela minúscula, o preso era colocado e nela não conseguia ao menos ficar em pé, os torturadores mudavam o sistema de refrigeração do frio ao calor extremo, além de aguentar a mudança drástica de temperatura, o preso também tinha que suportar os altos falantes com ruídos irritantes. Essa tortura era longa, durava dias, e o prisioneiro era privado de água e alimentação.

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