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A Caçada

quarta-feira, 1 de outubro de 2014.
Eu congelei; meus pés estavam colados à geada que cobria a terra. Meu peito apertava com o medo e com a ansiedade. Eu podia ouvir meu coração batendo em meus ouvidos; meu pulso podia ser sentido na ponta dos meus dedos. O som do meu sangue correndo em meus ouvidos abafava todos os outros sons. Era tão alto que não podia ouvir mais nada. Eu tinha que me acalmar. Com grande esforço, comecei a desacelerar a minha respiração pelo nariz e pela boca. Eu ainda sentia ele vindo mas parecia mais fácil fugir agora, sem tensão. Porém o quebrar de um galho arruinou qualquer tentativa de me acalmar. Meu pulso começou a correr novamente assim que o medo e a adrenalina começavam a passar pelas minhas veias. Eu então tentei manter minhas pernas rígidas em movimento.

"Não pare!" Eu gritei internamente. Se eu parasse, ou ao menos pensasse em parar, eu morreria. Corri para a parte mais profunda da floresta, me cercando com o laranja ardente. As árvores pareciam estar em chamas ao contato com a luz do pré-pôr do sol. Eu podia ouvir os seus passos começando a ganhar velocidade. E os meus, porém, começavam a desacelerar em resposta. Não, isso não podia estar acontecendo, não agora que eu estava tão perto. Se eu não continuar nada poderá me salvar.

"Vamos." Eu gritei para mim mesmo. Assim que meus passos ficaram mais largos, eu pegava mais velocidade como resultado. Eu agora podia ouvi-lo mais claramente. Ele deve estar perto. Eu paro e me escondo atrás de uma grande árvore de carvalho retorcida, pressionando minhas costas na casca. Eu tentei me cobrir por trás das folhas de um galho parcialmente quebrado. Ao ouvi-lo chegar eu tentei abafar o som da minha respiração. Ele está tão perto que eu podia vê-lo caminhando ao redor da árvore, seu rosto estava corado e primal e sua respiração estava tão pesada quanto a minha.

Ele estava tão perto do meu esconderijo que podia o sentir seu hálito rançoso. Pulei sobre ele, agarrando-o; finalmente cortei sua garganta e tirei o dispositivo de rastreamento. Então eu sorri. Eu estava enfim seguro, e mais ninguém saberia sobre mim. Eu então comecei a cantarolar enquanto me dirigia para a minha cabana na floresta. Ah, como eu amo a emoção da caçada.

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